Circum-navegação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha – 50km

As ilhas visitadas pelo projeto SUPtravessias são definidas pelos seus aspectos naturais, históricos, geográficos ou culturais. E um dos destinos mais especiais do Brasil em termos de biodiversidade preservada e beleza natural não poderia ficar de fora por muito tempo. Assim decidi que em 2014 realizaria a circum-navegação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, onde mais tarde descobri que era uma atividade inédita no arquipélago. Minha idéia era conhecer Noronha por dentro e por fora, acima e abaixo da superfície, uma vez que a fauna marinha e as formações submersas são um grande destaque.  O primeiro passo seria definir a equipe para esta operação e em seguida partir para o planejamento. A circum-navegação de sup não foi a única atividade do projeto no arquipélago, mas foi através dela que pude envolver ainda mais as histórias e personagens deste paraíso preservado. 

Assista ao clip! Clique na imagem:

O trabalho realizado no parque foi uma parceria com o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICMBio. No vídeo abaixo, um breve bate-papo com os chefes do parque, Rossana Santa e Ricardo Araújo:

 Wellington Lima, gestor de esportes do distrito de Fernando de Noronha foi nosso ponto de contato com o parque, desde a fase de planejamento, ainda em São Paulo.  Obtive as diretrizes para  conduzir as atividades do projeto SUPtravessias no arquipélago, fomos recepcionados e tivemos o acompanhamento durante toda operação, com muita parceria . Fica aqui nossos agradecimentos!

—– EQUIPE —–

Robson, Betinho, Roberta, Alice, Diego e Daniel. E atrás da câmera, Zaira Matheus registrando a equipe de Noronha momentos após a travessia

Para cada operação do projeto trabalho com parceiros que são especialistas em suas atividades. Para a circum-navegação em Fernando de Noronha pude contar com o meu amigo e profissional da Vivencial Outdoor Elearning, Paulo Roberto Oliveira (Betinho) para dar suporte na logística. A equipe de captação de imagens coordenada pela experiente mergulhadora Zaira Mahteus fez a diferença nas fotos e filmes que vocês verão sobre esta viagem. E a operadora de mergulho Atlantis Divers , foi o parceiro responsável por todo apoio e segurança durante  a atividade. Embarcação segura e equipe composta por profissionais experientes foram essenciais para  navegar na face rasa chamada “mar de fora”. Mas também a atenção, hospitalidade, colaboração e orientações gerais foram especiais! Deixo aqui em agradecimento especial para Patrick Miller, que desde os primeiro contatos por e-mail foi muito atencioso. No vídeo abaixo questões referentes a segurança em conversa com o Ismael, gerente de operação da  Atlantis:

—— COMO FOI A CIRCUM-NAVEGAÇÃO —–

Remar em uma ilha oceânica é sempre um grande desafio! As correntes são fortes, o clima instável e os ventos poderosos. Cheguei ao Parque Nacional Marinho de Fernando Noronha com cerca de 10 dias de janela para fazer a circum-navegação, uma boa média contanto que maio é um período adequado para esta atividade. Os demais dias seriam para conhecer e documentar as histórias, curiosidades, personagens, trabalhos ambientais e todas as experiências que a equipe do projeto SUPtravessias vivenciasse no arquipélago. Nos dois primeiros dias, apesar da ilha estar sofrendo influência de uma convergência intertropical, ainda havia a indicação de possibilidade para a realização da travessia, mas estávamos chegando e fazendo todos os contatos necessários. A partir daí, instalou-se a entrada de ventos contínuos com média de 18  para toda a semana. O que não era um cenário favorável para a realização da travessia. E cerco se fechou ainda mais com a previsão da entrada de ondulação e direção dos ventos ainda mais fortes. Sabemos que as previsões não são 100%  e que as mudanças ocorrem a todo momento, mas era necessário tomar a decisão e com neste cenário fiquei com 2 opções: abortar a missão ou realizar a circum-navegação em condições dificílimas com uma previsão de 18 nós de vento com rajadas de até 20 nós.

Estudos de rota com o Léo Veras, no museu do tubarão

Conversas com os “homens do mar” de Noronha e outras pessoas estratégicas foram fundamentais para este planejamento tão complexo. A ilha possui duas costas com geografia bem diferentes, uma plataforma é rasa e a outra profunda, chamados de “mar de fora” e “mar de dentro”. O mar de fora é conhecido por suas fortes correntes e ondulações. Mas foi nesta sexta feira, 23 de maio que descobri o que é remar em uma máquina de lavar roupa  – com água revolta para todos os lados. Ainda falando de planejamento, no meu trajeto lidaria diversos pontos críticos de remada com fortes correntes, como as duas extremidades, por exemplo. Uma navegação técnica que não se resolve só na força.

Abaixo, a rota de navegação definida em conjunto com Léo Veras, curador do Museu do Tubarão.  Ao contrário do que a maioria pode imaginar, a circum-navegação não ocorreu costeando o arquipélago, mas sim com uma triangulação definida através de ventos e correntes. Assista abaixo a estratégia:

Acordei na sexta dia 24 com a missão de fazer uma circum-navegacão extremante técnica, com media de 50km, com correntes fortíssimas e ventos de cerca de 20 nós. Um desafio e tanto! Em outras ocasiões um cenário para aguardar uma nova data ou outra possibilidade. Neste caso, depois de meses de planejamento a tentativa seria um aprendizado que só se vivenciaria entrando na água. Claro que com uma equipe muito profissional para me acompanhar e proporcionar toda a segurança necessária.  Estávamos com embarcação super segura e profissionais extremamente experientes em suas atividades e só por isso tomamos a decisão de sair ao mar.

Abaixo um pouco da dificuldade encontrada:

A volta a ilha foi realizada em condições extremas, passando por grandes vagalhões, muita atenção nas extremidades, correntes oceânicas, remando boa parte num oceano selvagem e revolto no mar de fora, mas também passando por cenários espetaculares e momentos acolhedores no mar de dentro. Parte da extremidade norte do arquipélago no mar de fora foi absolutamente instrasponível de sup por conta de junção dos ventos e uma corrente vinda da África. Vivemos uma situação de forte arrasto, meu e do barco que me acompanhava e tive que contar com a embarcação para passar este trecho, no mais foi muito braço e técnica. Os aprendizados foram muitos e as histórias são absolutamente sensacionais. Isto por que estou falando apenas da circum-navegação, mas tem muito mais por ai!!

—– MERGULHO —–

Fernando de Noronha é reconhecidamente um dos melhores destinos do mundo para mergulhar. E realizar esta atividade com uma equipe super profissional, experiente, atenciosa e alto astral é um diferencial. Passei por algumas das experiências mais incríveis que já vivi abaixo do oceano, como ver um cardume de golfinhos passando pelo nosso grupo (foi muito emocionante!), observar a rica fauna marinha em formações espetaculares com alta visibilidade e me deixar levar pelas fortes correntes que havia sentido apenas durante minha remada na superfície.

—— MÍDIA —–

Capa da Revista Fluir Stan UP – jun/jul 2014

Site Stand up Journal - clique na imagem para ler

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Acompanhe  nos melhores veículos de comunicação do Brasil, muito mais conteúdo com vídeos, fotos, relatos e todos os detalhes desta grande aventura! 

Todas as atividades realizadas na ilha que permeiam o contato com a natureza.

O dia-a-dia na pousada Portal dos Golfinhos e a amizade que fizemos com toda a equipe.

A fauna variada que é encontrada no arquipélago, em terra e no oceano.

A logística para transportar os equipamentos com segurança via rodoviária e marítima.

A rica história deste arquipélago belíssimo que foi descoberto em 1503

Lugares bacanas que valem a pena conhecer durante sua passagem por Noronha

E muito mais…

—– AGRADECIMENTOS ESPECIAIS —–

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Museu do Tubarão de Noronha

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

ICMBio

Wellington Lima – gestor de esportes do PNMFN

maio 24, 2014
staff
SUP