A bela descoberta do Sri Lanka

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O Sri Lanka foi um dos destinos mais surpreendentes que passei pelo projeto SUPtravessias – e se considerar que só passamos por ilhas incríveis, esse é realmente um elogio! Talvez por ter sido uma escolha super autoral, pois queria muito ter contato com uma cultura que tivesse a ayurveda no seu dia-a-dia. Pra quem não sabe ayurveda é um sistema de saúde originário na Índia há mais de 5000 que tem como objetivo promover a longevidade o equilíbrio físico e mental. E esta ciência foi um dos pilares da minha cura de um câncer em 2017. Mas não foi só isso, também sou uma apreciadora de chás, adoro as especiarias, templos budistas e fiquei especialmente intrigada por saber que lá tem muita onda.

Então tudo se encaixou perfeitamente no final de 2018 quando parti pra mais esta aventura.

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E uma das coisas que mais me impressionou, foi que se trata de um destino preservado pelo tempo onde você realmente entra na rotina e cultura local de forma verdadeira. Ao caminhar pelas estradas você já sente esta imersão. São os campos de cultivo de arroz, as árvores nativas de pimenta preta, canela ou chá. Passa pelos vilarejos, as escolas e população na sua rotina. O motorista vai parando e com a maior boa vontade mostra os pavões, macacos e aves das mais deferentes espécies e um simples trajeto já se transforma num passeio.

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O país que esteve em guerra civil até 2009 só se abriu ao turismo recentemente e está se redescobrindo neste novo cenário. Por conta disso as cultura local é super preservada e o povo extremamente amigável com os viajantes pois eles vêem o turismo como algo muito positivo. Muitos me perguntaram se eu fui sozinha, se o Sri Lanka é seguro e como me organizei por lá. Então aqui segue algumas respostas:

Sim, todas as operações internacionais do projeto SUPtravessias vou sozinha, num modelo super enxuto. Mas na fase de planejamento e pesquisa já entro em contato com empresas e profissionais que possam me dar suporte em questões de logística e segurança – dependendo do tipo de atividade que vou realizar no mar. Geralmente são operadoras de mergulho, turismo e escolas de surf

Me informei com amigos que moram na Índia ou que já haviam viajado para o Sri Lanka se era um destino seguro para mulher viajar sozinha e todos me disseram que poderia ir tranquila. E realmente foi, pude circular pelo país sem qualquer problema ou perturbação, no máximo perguntavam se eu era casada, mas apenas pela curiosidade de ver uma mulher sozinha. Tenho uma série de protocolos pessoais que desenvolvi para minha segurança durante essas viagens internacionais, então saber que um destino é “tranquilo” não significa que não fique extremamente atenta e evite situações que considero de risco.

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Mas gente foi até o Sri Lanka para remar, não é? Então vamos falar do litoral….e que litoral! As praias são lindíssimas, com aquele visual paradisíaco, uma vez que a costa é toda coberta de coqueiros e areia branca. As ondas são incríveis com um cardápio variado para iniciantes, intermediários e avançados, podendo escolher entre os fundos de pedra ou beach breaks. Mas o que mais me chamou a atenção foram os pescadores e suas embarcações super coloridas e rústicas.

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A pesca é artesanal e esses homens do mar são extremamente amigáveis mostrando suas embarcações e os peixes capturados do dia com orgulho. E não se espante se eles te chamarem pra ajudar a empurrar os barcos na areia depois da chegada na praia, esta é apenas uma maneira simpática de interação com os turistas. Seus sarongues coloridos são suas roupas de trabalho do dia-a-dia, são super fashion e na realidade mostram o quão bonita é a cultura local. A praia de Weligama é uma das mais conhecidas no sul. É uma grande baia e um verdadeiro caldeirão de atrações. São diversas escolas de surf pois suas ondas longas são propícias para o aprendizado. As embarcações características do Sri Lanka estão por todos os lados mas em uma concetração maior do lado esquerdo da praia onde é possível tirar fotos lindas e conversar com os pescadores. No outro extremo o mercado de frutos do mar onde é possível ver todo tipo de peixe fresquinho sendo vendido a céu aberto, logo depois da chegada dos barcos.

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Não posso deixar de falar também dos pescadores que protagonizam as imagens icônicas do Sri Lanka. Eles estão por toda a parte e fazem o visual das praias ficar ainda mais incrível. E passaram a usar as estacas de dentro da água para poder pescar mais peixes durante os períodos de guerra e restrição de alimentos. Impossível não sair de lá sem essas fotos…

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Entre as remadas e surf que estavam reservados para o período da manhã, fui visitar uma das fábricas de chá mais tradicionais da região sul – a Herman. Tive uma aula sobre a colheita e tipos de chá, visitei o museu e vi todo o processo de fabricação e no final a degustação de vários sabores e tipos. Foi lá que experimente e trouxe na minha bagagem o chá branco mais anti-oxidante do mundo

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Em todo seu processo desde a colheita até a embalagem, ele não tem nenhum contato com a pele humana para não perder suas propriedades e tem uma série de certificados para comprovar sua pureza. Viva a saúde!

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Passei muito bem no Sri lanka no que se diz respeito a gastronomia. Minha alimentação foi a base de frutos do mar e vegetariana – aliás, todos os restaurantes tinham uma parte do cardápio dedicada a quem não come carne (adorei!) Este é um destino pra quem gosta de pimenta, eles são conhecidos por ser um dos países com a comida mais apimentada da Ásia – então prepare-se! O prato do dia-a-dia deles, por exemplo, é composto por arroz, frutos do mar ao molho de curry, 2 tipos de vegetais (apimentados), lentilha amarela (apimentada) e chutney (apimentadérrimo). E se você perguntar se o prato é apimentado, eles responde que não..rs! Mas o condimento/temperos que eles colocam é tão forte que para nós é muito forte. Não consigo imaginar o que seria um prato apimentado para eles…passava longe no cardápio, pois tinha vários. Mas não se preocupe pois há várias opções de restaurantes e pratos para realmente passar muito bem por lá. O café da manhã era delicioso, muitas receitas feitas a base de côco, como o roast paan – uma pãozinho bem gostoso e nutritivo, os egg hoppers (super famosos) que são panquecas feitas de massa de arroz fermentada com leite de côco e com um ovo no meio e ainda aveia com leite de côco para acompanhar a frutas.

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Um dos pontos altos da viagem foi o safari para ver elefantes no Parque Nacional Udawalawe. A dica aqui é chegar cedo – como em qualquer safari – onde os animais estão circulando e é possível ver diversas espécies no seu habitat natural. Elefantes, búfalos, macacos, pavões, tartarugas, gaviões e diversas aves coloridas foram vistos por nós em em dia de muito sol. No horário mais próximo do almoço eles procuram as árvores altas para se refrescar do forte calor. Então logo cedo e final de tarde são os melhores horários para visitar este parques

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O roteiro no mar era definido pelas condições climáticas – e confesso aqui que foi mais direcionado ao surf do que as remadas. Isto por que a região que visitei era super constante de onda. Durante as duas semanas em que estive por lá deu cerca de 1m de onda absolutamente todos os dias. A maneira mais prática e divertida de explorar as praias era de tuktuk. Bastava chamar, combinar a praia e quanto tempo você vai ficar surfando por lá e cocar a prancha em cima do carrinho que eles já tinham rack e fita no esquema. As remadas foram curtas, não realizei nenhuma travessia desta vez, mas todas elas incríveis, com paisagens de tirar o fôlego, pois mesclavam praias com visual paradisíacos com muitos coqueiros, as embarcações características ou os pescadores em cima das estacas – simplesmente cinematográfico.

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E o surf foi uma boa surpresa, não imaginava que eles tinham essa cultura tão difundida por lá…são tantas escolas de surf na praia de Weligama por exemplo que podem chegar próximo de 30…acredite! A praia é uma longa baia com ondas ideais para quem quer aprender, por isso o número tão alto de escolas. Mas o surf é para todos os níveis (do básico ao avançado) e gostos (fundos de coral ou de areia). Então é satisfação garantida para os surfistas dos mais variados perfis. Fiz minha base nas praias do sul e achei a região super constante de onda, como comentei. Pude mesclar o surf com as outras atividades e como as distâncias não eram grandes os dias rendiam muito!

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Vale lembrar que 70% da população do Sri Lanka é budista e os templos são lindos e uma prato cheio de histórias. E mesclar as aventuras no mar com a espiritualidade e cultura local faz transforma a viagem de uma maneira muita rica. Pude visitar 3 templos localizados na região sul onde permaneci a maior parte do tempo e todos eles tinham imagens e histórias que ficarão para sempre na memória. O mais bonito de todos foi (atenção ao nome): Wewurukannala Raja Maha Vihara – aquele da foto que abre a minha matéria. Localizado próximo a cidade de Dickwela é um dos templos mais antigos do país, do século XVIII e tem cerca de 230 anos. E o melhor de tudo é que conheci ele por acaso, não estava previsto no meu roteiro inicial, mas no dia que fui fazer o safari me sugeriram passar por ele, já que estaria no caminho. Aqueles presentes que a gente vai recebendo da vida.. Mas também visitei um templo em Dondra e na cidade de Dickwela mesmo, e mesmo os mais simples são cheios de imagens e esculturas belíssimas. Vou preparar um álbum só de templos pois as imagens são demais!

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Encontrei no Sri Lanka tudo que esperava, mas este destino superou minhas expectativas pela quantidade e variedade das ondas, a receptividade de todos os locais, a deliciosa gastronomia e a riquíssima cultura. Na semana que viajei o Lonely Planet divulgou que o Sri Lanka era o destino de 2019 – então pensei que mais uma vez o projeto SUPtravessias estava em sinergia com as mais belas e surpreendentes ilhas do mundo!

Veja quem mais está falando sobre as minhas experiências no Sri Lanka:

:: Folha de S. Paulo – “Surfista escolhe as praias do Sri Lanka para voltar ao mar após vencer o câncer”

:: Waves – “Aventuras no Sri Lanka”

:: Catraca Livre – “Após vencer o câncer, brasileira percorre o Sri Lanka remando”

:: OGlobo – “Cinco motivos para conhecer o Sri Lanka”

:: Qual Viagem – “Sri Lanka é o melhor país do mundo para se visitar em 2019, confirma Roberta Borsari”

:: Perfil Náutico – “Por que o Sri Lanka é o melhor país do mundo para se visitar em 2019?”

:: Tribuna – “Sri Lanka é o destino ideal para aventureiros”

:: Webventure – “Atleta brasileira explica as razões de o Sri Lanka ter sido indicado como o melhor país do mundo para se visitar em 2019”

Continuarei atualizando as informações e imagens aqui no site…pois ainda tem muuita história pra contar ; )

(Fotos deste post: Malka Nihon e arquivo pessoal)

dez 3, 2018
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